Um pouco mais sobre a Terapia Cognitiva-Comportamental
A maioria das pessoas que nunca entraram em contato com a terapia cognitiva comportamental, tendem a ter uma ideia de que os psicólogos fazem uma única coisa, ouvir os seus problemas, oferecer conselhos e fazer pensar sobre os sentimentos, ações e emoções. Nessa visão, o único a fazer o trabalho é o terapeuta. Porém, até o momento, não há uma abordagem psicológica que tenha evoluído tanto quanto a cognitiva comportamental.
Os princípios da TCC são baseados em uma idéia bem simples: nossos pensamentos e construções cognitivas estão na raiz das nossas emoções e padrões comportamentais. A TCC é baseada em três fundamentos:
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O pensamento afeta o comportamento
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O pensamento pode ser monitorado e alterado;
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A mudança de comportamento pode ser efetuada através da mudança de pensamento.
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O referencial teórico da TCC decorre de duas fontes principais, a terapia comportamental (Ellis) e terapia cognitiva (Beck). A partir de um conceito já presente na filosofia antiga, Ellis estabeleceu o modelo ABC, no qual A representa as adversidades crenças e C as consequências. Por exemplo, você pode pensar que está chateado por causa de uma adversidade (algo ruim que aconteceu), na verdade, você está chateado por causa das suas crenças em relação ao evento.
Por outro lado, Beck desenvolveu a terapia cognitiva, que incidiu sobre a identificação do pensamento disfuncional, comportamento e respostas emocionais, com ênfase na colaboração paciente-terapeuta.
Hoje, a TCC engloba uma variedade de terapias que compartilham um núcleo básico, uma das características que todas essas terapias têm em comum é o protocolo padronizado de testes e medição dos resultados antes que qualquer tratamento é aprovado.
Há diferentes maneiras utilizadas para lidar com os variados tipos de problemas. Classificam-se os problemas de acordo com o grau de influência que o indivíduo tem sobre eles e os seus resultados. Enquanto as habilidades de enfrentamento são o foco principal quando o problema é causado por fatores externos, a reestruturação cognitiva é o método de escolha quando se trata de problemas que se originam do indivíduo.
A primeira coisa que se deve ensinar aos pacientes é que os problemas são classificados em três categorias diferentes:
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Problemas sobre os quais não tem qualquer controle;
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Problemas que dependem parcialmente do indivíduo e parcialmente de fatores externos;
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Problemas que dependem exclusivamente do indivíduo.
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Por exemplo, uma morte na família seria um problema do primeiro tipo. Porém, se achamos falta de respeito ou que não amamos o ente querido por achar que ainda devemos considerar a sua passagem um problema; pode estar desenvolvendo um problema do segundo tipo. Nestes casos, a TCC se concentrará em alterar essas crenças, possibilitando a pessoa a ter uma vida saudável, sem culpa.
De acordo com o Instituto Beck, mais de quinhentos estudos científicos têm demonstrado que a TCC tem resultados signitivamente melhores do que qualquer outra abordagem terapêutica para um número crescente de doenças. Estes incluem transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de estresse pós-traumático, bulimia, abuso de drogas, fobias, entre outros.
Com progressivas investigações e quadros teóricos se expandindo, é possível prever que a TCC continuará a desenvolver mais e mais técnicas eficazes e estratégias para ajudar os pacientes a lidar com os seus problemas psicológicos.